quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Análise dos métodos de custeio


Análise dos métodos de custeio


Serão apresentadas neste artigo as principais críticas apontadas para os métodos de custeio, variável e por absorção.
Conheçamos alguns dos pontos positivos do custeio por absorção:
-permite que a fixação do preço de venda seja mais realista porque contempla a totalidade dos custos unitários dos produtos;
-toma por base os princípios contábeis;
-é o método aceito pelo Fisco;
-proporciona análises de liquidez mais precisas, porque traz no estoque todos os gastos incorridos para geração do estoque de produtos acabados.
As principais críticas são:
-o preço de venda em situações específicas pode distar do preço suportado ou aceito pelo mercado;
-utiliza para alocação ou distribuição dos custos indiretos de fabricação (CIF) o critério de rateio, que nem sempre se baseia em relações causuais. Essa característica introduz uma dose prejudicial de arbitrariedade à distribuição dos custos;
-em razão da prática do rateio, decisões específicas têm sua análise dificultada, principalmente àquelas relacionadas ao desempenho por produto. Por esse motivo é comum escutarmos que este método não proporciona informações suficientemente precisas para o processo decisório, especialmente àquelas associadas aos dados CUSTO, VOLUME e LUCRO.
-os custos dos produtos não podem ser comparados em decorrência da subjetividade dos critérios de rateio;
-como o custeio emprega a técnica de rateio, o trabalho administrativo é maior. A prática de rateio dificulta a fixação de padrões mais realistas e torna mais difícil o controle orçamentário.
Na verdade, parte significativa das críticas dirigidas ao custeio por absorção está atrelada ao rateio.
Conheçamos alguns dos pontos positivos do custeio variável:
-o custeio marginal apropria aos produtos (bens ou serviços) somente os custos variáveis, o que permite uma visão particular do desempenho de produção;
enseja a rápida apuração da margem de contribuição, conceito importante na prática decisória;
-é um tipo de custeio mais voltado para o exercício gerencial porque permite a visualização da performance de cada produto:
RECEITA DE VENDAS
(-) CUSTO VARIÁVEL TOTAL
= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL
-permite a comparação do resultado entre os produtos quando ocorrer variações de volume;
-não utiliza o critério de rateio, facilitando o processo de apuração de resultado;
-fortalece o controle dos custos, especialmente os fixos;
-facilita a fixação de padrões mais realistas e, conseqüentemente, seu acompanhamento;
-o lucro varia conforme o volume de produção e vendas.
As principais desvantagens de aplicação são:
-não aderência aos princípios contábeis;
-não inclusão dos custos fixos na determinação do preço de venda;
-dependência de uma classificação adequada dos custos em fixos e variáveis, o que nem sempre é possível;
-apresenta dificuldade à análise de liquidez e do capital circulante líquido (ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE);
-não é aceito pelo Fisco, apesar de gerencialmente útil;
-o lucro varia em sintonia com as vendas.

Os custos variáveis são os únicos a incorporarem o custo dos produtos vendidos, enquanto os fixos são levados ao resultado. Com isso, o lucro, comparativamente ao obtido pelo custeio por absorção é menor. Vale lembrar que o CPV – Custo dos Produtos Vendidos, no custeio por absorção é maior que àquele no custeio variável, considerando o mesmo preço de venda, custos e volume de produção e vendas.
A figura 1 ilustra os efeitos da escolha do método de custeio sobre a tributação.


Figura 1 – Custeio e tributação
Fonte: a autora.


A liquidez corrente é uma medida que afere a capacidade de pagamento de uma empresa. Corresponde à relação entre ATIVO CIRCULANTE e PASSIVO CIRCULANTE.
No custeio por absorção, o estoque é maior que àquele no custeio variável por uma simples razão: os custos fixos não são levados ao estoque (acumulados).
Com isso, a liquidez corrente quando aplicado o custeio variável é menor e àquela calculada, no custeio por absorção, maior. A liquidez corrente varia em função do método de custeio e não em função da capacidade real de pagamento, o que prejudica a informação.